1  INTRODUÇÃO


         

 A história de Santa Catarina inicia no século XVII, quando as primeiras colônias européias, vindas de São Vicente, São Paulo, instalam-se no território e criam os três primeiros núcleos, ou seja, São Francisco do Sul, Ilha de Santa Catarina e Laguna, considerados pontos estratégicos para a defesa do território. No século seguinte, vieram os açorianos, através de colonização promovida pela coroa portuguesa e que exerceu grande influência na formação histórico-político-cultural catarinense.

           Em 1766, surge o núcleo de Lages e, posteriormente, São Joaquim, Curitibanos e Mafra, todos ligados ao ciclo do gado. Havia necessidade de um caminho para conduzir o gado oriundo do Rio Grande do Sul para o centro do país. A colonização alemã, no início do século XIX, toma impulso por volta de 1850, fixando-se ao longo dos vales dos rios Itajaí-Açu, Itajaí-Mirim, Itapocu e região, dando origem a importantes cidades industriais como Joinville, Blumenau e Brusque. Os primeiros imigrantes italianos chegaram em 1836 e, a partir de 1875, estabeleceram-se no interior, dando origem às cidades de São João Batista, Rodeio, Ascurra e Nova Veneza. O meio-oeste catarinense começa seu povoamento efetivo a partir da implantação da ferrovia ligando o Rio Grande do Sul a São Paulo, em 1910.

 

O Estado de Santa Catarina tem uma população estimada de 4,8 milhões de habitantes, com uma superfície de 95,9 mil quilômetros quadrados. Com somente 1,1% do território e 3% da população do país, o Estado ocupa a sétima posição na formação do PIB e, apesar de participar com apenas 4,01%, tem o segundo maior PIB per capita do Brasil. Limita-se ao norte com o estado do Paraná, ao sul com o estado do Rio Grande do Sul, ao oeste com a República Argentina e a leste com o Oceano Atlântico.

 

Sem grandes concentrações urbanas, sua população está distribuída uniformemente entre os 293 municípios, e cada região apresenta clima, relevo, economia e cultura distintas. Apenas oito cidades possuem mais de 100 mil habitantes - as maiores cidades do Estado, Florianópolis, Joinville e Blumenau, têm menos de 500 mil habitantes. Esta característica facilitou uma equilibrada distribuição das suas atividades econômicas, que fizeram de Santa Catarina um modelo de desenvolvimento para todo o país.

Historicamente, Santa Catarina diferenciou-se dos demais estados industrializados do país por um conjunto de peculiaridades: o empresário local, descendente de imigrantes alemães e italianos, revelou uma grande capacidade empresarial pela formação de grandes grupos empresariais, que dominaram a oferta nacional de importantes linhas de produto e, paralelamente, pela existência de um grande número de médias e pequenas empresas com excelente desempenho empresarial, além da distribuição do seu parque industrial em pólos regionais especializados que possibilitou o desenvolvimento equilibrado do Estado.

 

Destacam-se como principais pólos industriais do Estado de Santa Catarina os seguintes (https://www.200maiores.ondstar.com.br/sc):

Pólo Eletro-Metal Mecânico – Joinville e Jaraguá do Sul são os municípios que concentram as grandes empresas, apesar de estar presente em quase toda a região norte catarinense. As principais indústrias do setor têm destaque internacional com fabricação de motocompressores herméticos para refrigeradores, geladeiras, motores elétricos, conexões de ferro maleável e componentes para a indústria automobilística;

·        Pólo Florestal – A indústria florestal (madeira, mobiliário, papel) encontra-se principalmente na região do Planalto Norte e Serrano. Os municípios de São Bento do Sul e Rio Negrinho concentram a maior quantidade de indústrias moveleiras da América Latina. O segmento do papel e papelão está entre a região de Canoinhas e o Planalto de Lages.

·        Pólo Mineral - região sul de Santa Catarina, rica em minerais como carvão, argila e caulim, possui a maior concentração de indústrias de extração mineral e de produtos minerais não metálicos do Estado. Como principal pólo cerâmico do Brasil, sedia as mais importantes empresas brasileiras produtoras de pisos e azulejos com massa clara, feita a partir das reservas de argila e caulim. A extração de carvão mineral faz de Santa Catarina o maior produtor do país, participando com mais de 65% da produção nacional.

·        Pólo Têxtil e do Vestuário – As maiores e mais conhecidas indústrias têxteis e do vestuário encontram-se na região do Vale do Itajaí. No Sul do Estado, a região de Criciuma emerge como um importante pólo de confecções têxtil e calçadista. 

·        Pólo Agro-Industrial – Concentra-se entre o Vale do Rio do Peixe e o Extremo Oeste do Estado e se desenvolveu na década de 50, com o surgimento de agroindústrias de processamento de matéria prima de origem animal. Hoje frigoríficos de grande porte destacam-se internacionalmente na produção e comercialização de frangos e suínos. Na agricultura sobressaem-se o milho e a produção da soja para industrialização de alimentos, óleo vegetal e rações.

·        Pólo Tecnológico – Florianópolis, Joinville e Blumenau concentram os principais pólos tecnológicos do Estado, que hoje empregam cerca de 6 mil trabalhadores em 600 empresas (software).

           O setor de comércio e serviços possui grande expressividade no contexto da economia catarinense representando 65,57% da arrecadação do ICMS. Em todo o Estado existem cerca de 92 mil estabelecimentos comerciais que absorvem cerca de 600 mil empregos, representando 23% da população economicamente ativa de Santa Catarina. Do universo de empresas comerciais catarinenses, 90% atuam no setor varejista, compreendendo estabelecimentos de pequeno e médio porte, além de empreendimentos maiores e modernos supermercados, lojas de departamentos, outlets e shopping centers.

A criação do Mercosul tornou estratégica a posição geográfica de Santa Catarina. Ela está no centro do maior mercado produtor e consumidor da América Latina. Num raio de 1.500 quilômetros ficam as regiões industriais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Buenos Aires, Assunção e Montevidéu, onde vivem 128 milhões de pessoas com renda per capita estimada em US$ 4.940 anuais.

A Educação em Santa Catarina apresenta um modelo descentralizado, sustentado por uma ampla rede educacional, mantida tanto por instituições públicas como privadas. O Estado dispõe de uma grande variedade de cursos profissionalizantes e centros de treinamento específicos de empresas, que se reestruturam, permanentemente, para acompanhar as transformações no mundo do trabalho, destacando-se o SENAI, Escola Técnica Tupy e a Escola Técnica Federal de Santa Catarina.

As unidades de ensino superior estão distribuídas em mais de 30 municípios, destacando-se: a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC , a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC , a Associação Catarinense de Fundações Educacionais - ACAFE e Associação Catarinense de Ensino - ACE (Instituição de ensino privado - Joinville) além de  12 instituições (4 universidades reconhecidas e outras 4 em processo de acompanhamento e 4 instituições isoladas).

Visando promover o desenvolvimento Científico e Tecnológico no Estado de Santa Catarina através do fomento à pesquisa e da interação, em todos os níveis das instituições científicas, dos complexos produtivos, do governo e da sociedade, foi criado, em parceria com as universidades, centros de pesquisa e segmentos empresariais, o Sistema Estadual de Informação em Ciência e Tecnologia. O SEICT-SC reúne dados e informações utilizados para incentivar o desenvolvimento de tecnologias e, assim, viabilizar a competitividade dos produtos e serviços gerados no Estado.

 

     As informações estão disponíveis para consultas via Internet, objetivando  instrumentar a sociedade para a efetiva participação no processo de gestão em C&T, servindo também de subsídio aos segmentos públicos e privados na elaboração de programas de expansão das atividades Científicas e Tecnológicas, através da Rede Catarinense de Tecnologia (RCT-SC), localizada na região metropolitana de Florianópolis (Santa Catarina, 1999). Na Figura 1, observa-se a distribuição dos nódulos da Rede Catarinense de Tecnologia, onde as maiores instituições educacionais (acadêmicas), governamentais e comerciais estão interligadas, facilitando assim, o uso dos recursos eletrônicos e as diferentes modalidades de uso da Internet, na troca de informações e no apoio ao ensino em todos os aspectos.


 Fonte: https://funcitec.rct-sc.br/

Figura 1 – Rede Catarinense de Tecnologia - RCT

 

           Com o advento da Internet e o crescimento do seu uso, os impactos para a informação em ciência e tecnologia e para as bibliotecas e serviços de informação são enormes, destacando-se: multiplicidade de recursos informacionais disponíveis na rede, contrastando com os disponíveis no acervo das bibliotecas; acesso imediato a estes recursos; velocidade da comunicação científica com o número crescente de publicações diretamente em meio eletrônico; enorme facilidade de acesso a documentos eletrônicos disponíveis na rede; grande número de usuários acessando diretamente a informação desejada, sem a intermediação da biblioteca; em contraste, dificuldade de identificar a informação relevante na caótica “teia global” da Internet; surgimento dos chamados “agentes inteligentes” e das “meta-ferramentas de busca”, que automatizam muitas das tarefas de busca de informações de forma personalizada para os usuários; novas maneiras de realizar o serviço de referência e necessidade de planejamento cuidadoso da interface usuário-biblioteca virtual; necessidade de novas metodologias ou de extensões das antigas metodologias biblioteconômicas para tratamento destes recursos dentre outros, caracterizando-se assim que estamos vivendo a  “Era da Informação” (Marcondes & Gomes, 2000).

 

           Desta forma, a informação torna-se objeto imediato de trabalho da maior parte dos indivíduos. Neste contexto, aumenta a importância do trabalho sob dois aspectos: o primeiro, sob a forma de pesquisa e inovação tecnológica aplicada à produção e à concepção de produtos, ao planejamento e à logística da produção; o segundo, como viabilizador da circulação e do consumo, sob a forma de “marketing”, com agregação de valores aos produtos, numa verdadeira “engenharia social” (Schwartz, 1995, apud Marcondes & Gomes, 2000). Em ambos os aspectos, ganha importância o trabalho informacional, criando novas perspectivas para os profissionais da área.

          

Neste “ciberespaço”, indivíduos, empresas, organizações e instituições manifestam-se sob a forma de informação. Deve-se realizar trabalho informacional para identificar, localizar e acessar informação como meio de viabilizar qualquer tipo de troca comunicacional ou transação, inclusive as comerciais. Este trabalho informacional está mudando o perfil de profissionais e de profissões, que terão que necessariamente se adaptar às exigências do mercado.